Música pode estimular do desenvolvimento do cérebro à saúde emocional
Written by Juliana Ferreira on 18 de fevereiro de 2020
Estudo apresenta contribuição da neurologia na educação musical e o uso da música para tratar doenças como depressão!
Diferentes tipos de música despertam diferentes emoções e evocam lembranças, provocando uma série de respostas no corpo humano. Assim, escutar música não é apenas lazer: a música pode ter efeitos terapêuticos e ser parte das estratégias de estímulo de áreas do cérebro que despertam os potenciais de aprendizagem. Em artigo da revista Literartes, o professor Mauro Muszkat traz as contribuições da neurologia para o desenvolvimento na educação musical e aborda a relação entre música e desenvolvimento neurológico!
O autor mostra que a música atua, inclusive, como fator de melhora em doenças como depressão ou Alzheimer. Deste modo, o autor convoca arte-educadores, músicos e educadores a observar a criança e/ou participar com ela do processo de construção de linguagem, de maneira a encontrar respostas para as dificuldades e para a inclusão dessa criança, seja pedagógica ou social.
De um lado está a neurociência, que trata da objetividade dos dados e dos sinais que mapeiam o funcionamento cerebral. De outro, está a música, que não pode ser entendida sem levarmos em conta a subjetividade, o envolvimento lúdico e a transitividade que caracterizam a arte, explica Muszkat.
Imagem: Unsplash
Quando escutamos música, nosso batimento cardíaco, nossa frequência respiratória e nossos ritmos elétricos cerebrais mudam conforme o ritmo e a melodia, em outras palavras, dançam conforme a música. Ela não apenas é processada no cérebro, mas afeta seu funcionamento. E os benefícios em potencial da mais emocional das artes não param aí: a música intensifica também as capacidades linguísticas.
O pesquisador da Unifesp explica que as crianças normalmente se expressam melhor pelo som e pela música do que pelas palavras, verificando-se que aquela pode ser uma ferramenta única para crianças com déficit de atenção, dislexia, autismo, depressão, esquizofrenia e outras disfunções cerebrais.
Por fim, o pesquisador propõe um trabalho multidisciplinar em que músicos, neurologistas e professores possam levar em conta a importância da música no desenvolvimento cerebral e mental, trazendo para os alunos e pacientes atividades e possibilidades sensíveis, criativas e terapêuticas que a música nos oferece, buscando-se, nas palavras do autor, uma poética musical inclusiva.
Imagem: Elice Moore/Unsplash
Fonte: MSN/Portal de Revistas USP, via Jornal da USP